Nos últimos anos, as universidades brasileiras enfrentam um cenário preocupante: 87% delas caíram posições no ranking global das melhores instituições de ensino superior, segundo o levantamento do Center for World University Rankings (CWUR). De 53 universidades brasileiras listadas entre as 2.000 melhores do mundo, 46 tiveram queda em relação ao ano anterior, evidenciando uma tendência de recuo que envolve tanto universidades públicas quanto privadas.
A queda do investimento e o impacto na pesquisa
A Universidade de São Paulo (USP) continua sendo a melhor colocada do Brasil e da América Latina, porém caiu para a 118ª posição. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) subiu 70 posições, assumindo a segunda colocação nacional, ultrapassando a Unicamp. Por outro lado, instituições menores, como a Universidade Rural do Rio de Janeiro, desapareceram do ranking.
Especialistas como Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), apontam o principal motivo: a queda significativa de investimentos na área científica e educacional durante o governo Bolsonaro, combinada com a forte ascensão das universidades chinesas.
O Brasil atingiu em 2021 o menor nível de investimento do século XXI no CNPq, órgão central para fomento à pesquisa científica. Embora a atual gestão tenha aumentado os recursos, ainda há desafios como cortes e contingenciamentos que afetam serviços essenciais em universidades, como limpeza e segurança.

As universidades particulares e o cenário regional
No ranking de 2025, entre as 53 universidades brasileiras listadas, apenas quatro são privadas, destacando a predominância do setor público no topo da pesquisa acadêmica. No entanto, universidades particulares desempenham papel fundamental na formação de profissionais e no fortalecimento regional.
Competição global: China e Estados Unidos em transformação
A lista global mostra uma mudança significativa na balança do ensino superior mundial: a China já tem mais universidades entre as 2.000 melhores que os Estados Unidos (346 contra 319), refletindo a prioridade que o país dá à ciência e pesquisa.
Mesmo universidades tradicionais americanas, como Harvard, que lidera o ranking desde 2012, perderam posições devido a cortes orçamentários e tensões políticas. A ascensão chinesa desafia as potências ocidentais e serve como um aviso: sem investimento e valorização do ensino e da pesquisa, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás.
Por que isso importa para os professores?
Professores são o coração do ensino e da pesquisa. Sem eles, investimentos financeiros perdem seu valor. Cortes, falta de recursos, desvalorização salarial e precarização das condições de trabalho impactam diretamente na qualidade do ensino e na capacidade das universidades de produzirem conhecimento de ponta.
Nesse contexto, o Sinpro Mogi e Região reforça:
“Toda perda de qualidade em conteúdos educativos é resultado da falta de valorização do elemento mais importante para a educação bem feita, que são os professores.”
É um alerta claro para a comunidade acadêmica: investimento em pesquisa sem a valorização adequada dos professores dificilmente trará resultados de excelência.
E você, professor, sente esses impactos no seu dia a dia? Como enxerga a valorização do ensino superior na sua região? Compartilhe este texto com colegas para juntos fortalecer nossa voz pela educação!
FONTE: Center for World University Rankings (CWUR)
- Ranking Global de Universidades 2025
- Site oficial: https://cwur.org
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
- Informações e posicionamentos disponíveis em: https://portal.sbpcnet.org.br
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
- Dados de investimento em pesquisa, especialmente em 2021
- Site oficial: https://www.gov.br/cnpq